O trabalho da jovem artista Marina Luna nos coloca o desafio de se compreender o limite entre o viajante e o fotógrafo. A herança da Arquitetura é bastante evidente tanto quanto bem vinda para o estado de coisas que essa exposição apresenta.Ela nos traz o status de transformação de uma arquiteta que dá preferência para a arte como seu objeto importante. O ensaio fotográco condensado no título “espaço construído” carrega a justeza a simplicidade dos recortes de lugares arquitetônicos globais trabalhados por ela por meio de ângulos e composições que exploram o espectro completo: perspectiva, luz e tempo. Não há nesse conjunto uma pretensão de se criar composições complexas, ângulos obtusos ou recortes ousados, mas sim, o investimento na forma compositiva de modo que seus elementos sejam claramente apresentados a partir do ponto de vista desse flâneur, o fotógrafo. Uma das qualidades que se fazem presentes está na questão da temporalidade captada por essas imagens algo silenciosas que parecem nos solicitar a atenção de um tempo que escape do cotidiano apressado. São imagens que incitam a suspensão necessária ao que chamamos de arte hoje em dia.

Marina Luna

Arquiteta e fotógrafa

Arquiteta e Urbanista formada pela Unicamp. Desenvolve seu interesse em estudar mais profundamente a linguagem fotográfica a partir de 2008. Em 2010 fez seu primeiro trabalho profissional com fotografia de arquitetura. Em 2012, participa de um curso de Design e Fotografia na Libera Università di Bolzano, em Bolzano, no norte de Itália. Desta experiência produz sua primeira exposição individual "todo italiano", que consiste de fotos de recortes arquitetônicos e urbanos da Itália no Festival Hercule Florence, em Campinas.